quinta-feira, 18 de junho de 2015

O que estas duas imagens teriam a ver uma com a outra? Um sério ponto em comum

Respondendo a pergunta no título: Tudo a ver! Ou seja, a eficiência e justeza de 'nossa' polícia e justiça.

Não ficou curioso ao ver a imagem à primeira vista? Então, vale à pena dar uma olhada neste texto. Ele vai mostrar, ‘de leve’, um aspecto tão importante como lamentável, ou deprimente, de duas de nossas instituições vitais para o bom funcionamento “das coisas”.

    "Um personagem é forte, alto, rico, tem oito passagens pela polícia por lesão corporal, invasão de domicilio e confessou um crime. O outro é baixo, negro, franzino, tem passagens por roubo, uso de drogas e negou um crime. Leia a comparação do comportamento de mídia, polícia e redes sociais entre os dois casos.

Um personagem tem 28 anos, é alto, forte, e conta oito passagens pela polícia por lesão corporal, invasão de domicilio e constrangimento ilegal, sendo conhecido por seu temperamento violento. No último sábado (6), na Gávea (RJ), portando um saca-rolha, ele perfurou três vezes o peito de Ana Carolina Romeiro, 21 anos, que está desde então em uma UTI, lutando pela vida. O noivo da moça, Gabriel Silva, que tentou defendê-la do ataque, teve a orelha decepada pelo agressor, e também está internado.

A delegada responsável pelo caso disse que o acusado, que confessou o crime mas alega apenas ter se defendido, “precisa responder por isso, não importa a sua classe social”.

Uns e outros

Outro personagem tem 16 anos, é baixo, franzino e com 15 passagens por roubo, furto e uso de drogas. No dia 21 de maio ele foi apreendido, acusado de ter assassinado a facadas, dois dias antes, o médico Jaime Gold, de 57 anos, na Lagoa, Rio de Janeiro.

O menor negou o crime. Disse que estava em casa, na favela de Manguinhos, quando aconteceu o assassinato. O delegado responsável declarou, no momento da prisão: “duas coisas me chamaram a atenção nesse caso. A frieza do adolescente infrator e a forma covarde, sem nenhum sentimento pelo outro ser humano (como ele agiu) ”.

No dia 02 de junho, outro menor se apresentou à polícia, confessou a participação no crime e inocentou o primeiro menor de qualquer culpa. Abaixo, na foto da esquerda vemos a polícia conduzindo o morador de Manguinhos. Na foto da direita vemos a mesma polícia conduzindo José Phillippe Ribeiro de Castro (o do saca-rolha). Segundo o jornal O Globo, ele é de uma família “que é dona de uma usina de açúcar e faz negócios no ramo da pecuária e no mercado financeiro”. O escritório de advocacia “Bergher & Mattos”, está defendendo Phillippe e já anunciou que irá “recorrer à justiça para tentar libertá-lo logo”.

A sentença nas redes sociais

A tragédia que vitimou o médico Jaime Gold teve ampla repercussão midiática. Seu caso foi usado como argumento para defender a redução da maioridade penal. Quando o primeiro menor acusado do crime foi preso, inundou-se a rede com fartos exemplos de ódio e intolerância, suficientes para nausear o estômago de um tiranossauro. Um internauta postou no facebook: “Este menor foi apreendido.

Deveria ter sido morto”. A hashtag deste cidadão é #balaneles. Ele mesmo comenta, sobre os menores infratores: “essas sementes do mal precisam ser eliminadas”. Uma cidadã afirma, também no facebook, que os pais são os culpados: “Os pais que querem transar, que se protejam para não colocarem esses vermes entre nós”.

Os autores destas declarações são cristãos. Ficaram indignados com a parada gay e o “desrespeito” à imagem do “Salvador”. O “Salvador” em questão teria ensinado aos seus seguidores o amor ao próximo e, segundo reza a lenda, tinha tanta repugnância pela violência que, se agredido, o fiel deveria oferecer a outra face.

Mas afinal, esta orientação só valeria para pessoas como o playboy da Gávea que, pelo perfil, deve ter participado das marchas contra a corrupção, em defesa da meritocracia e, se bobear, antes de dormir, reza pedindo sempre a benção de Deus e, portanto, merece a misericórdia divina, afinal, quem mora em Manguinhos, já está acostumado com o inferno.


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