quinta-feira, 4 de setembro de 2014

"Saio depois da Dilma", diz Roberto Setúbal, presidente Itaú em 2012

 "Saio depois da Dilma", afirmou presidente do Itaú Unibanco em reunião com analistas de mercado; completando 58 anos neste sábado 13, Roberto Setúbal tem de deixar o cargo aos 60 anos, em 2014, de acordo com os estatutos do banco; Dilma, porém, tem direito a reeleição, e pode ficar até 2018; ele quer vencer o braço de ferro dos juros pela desistência da presidente?; especulação da sucessão no Itaú gira entre homens fortes do Unibanco.

11 de Outubro de 2012 às 11:03

247 – O braço de ferro em torno da redução dos juros bancários está mexendo com os nervos dos chefões do mercado financeiro. Muitos não veem a hora de a presidente Dilma Rousseff, maior patrona do enquadramento das instituições financeiras, terminar seu mandato e não disputar a reeleição. Quem mais tem deixado claro esse desejo é o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal. Ele completa 58 anos de idade neste sábado 13, fato que abriu a bolsa de especulações sobre quem será seu sucessor no principal cargo do banco de sua família. Rezam os estatutos que, aos 60 anos de idade, o presidente tem de se afastar.
 
A assessoria de imprensa do Itaú confirma que Setúbal deverá mesmo passar o bastão entre 2014 e 2015, mas que poderá, então, ir para o Conselho de Administração do banco e "sempre continuará muito próximo e presente".

Numa reunião formal com 550 analistas de mercado da Apimec, em setembro, em São Paulo, o próprio Setúbal admitiu que irá se aposentar da presidência do Itaú dentro de dois anos, mas o fez com uma frase cujo sentido foi óbvio. "Saio depois da Dilma", disse ele. Dessa forma manifestou, com todas as letras, seu desejo de que a presidente não continue no cargo após 2014, apesar de ela ter direito a uma tentativa de reeleição. A guerra dos juros é o melhor motivo para explicar esse posicionamento.

Independentemente da torcida de Setúbal pelo término da gestão presidencial, correm no mercado financeiro os comentários sobre quem se sentará na cadeira dele. Na diretoria do Itaú Unibanco, onde estão todos os mais cotados para assumir o cargo, os nomes mais fortes são mesmo do Unibanco. A começar pelo ex-presidente da instituição e atual presidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco, Pedro Moreira Salles. Ele terá, em 2014, 55 anos, apto, portanto, para cumprir o estatuto que estabelece o teto de 60 anos para assumir o timão. No Unibanco, Pedro acumulou as funções de presidente executivo e presidente do Conselho de Administração, mostrando que apetite para exercer cargos importantes, tem de sobra.

O ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e atual homem forte na direção do Itaú Unibanco, Marcos Lisboa, é outro que está em alta na bolsa de apostas para a sucessão de Setúbal. Egresso do Unibanco, ele controla as estratégicas áreas de seguros e riscos operacionais. Dois outros unibancoboys, Demosthenes Madureira Pinho Neto e Marcio Schettini, ambos vice-presidentes do Itaú, correm por fora neste páreo, com iguais chances para uma atropelada. O filho de Milu Vilela, maior acionista individual do Itaú, Ricardo Marino, é mencionado, mas com menores chances. Numa dança de cadeiras promovida no ano passado na alta direção da instituição, ele foi escalado para cuidar das operações do banco em Portugal, o que não é visto como de grande importância. Entre as pratas da casa do Itaú, no entanto, parece ser o primeiro da fila.

Publicado em Brasil247
 
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